UERGS UNIDADE SÃO CHICO
O Lugar (29° 26′ 49” S, 50° 34′ 45” O)
Clarissa de O. Pereira, Arnau Muñoz, Ana Paula Venturini, Luana Martins, Bibiana Moreira
A proposta para a UERGS, unidade São Chico, tem como premissa o reconhecimento da história, cultura e preexistências (naturais e construídas), da cidade de São Francisco de Paula (RS). Uma breve aproximação ao lugar, foi fundamental para o lançamento de um partido nas escalas arquitetônica, paisagística (e urbanística), que bem dialogassem com o entorno.
A topografia, a escala do bairro e a diversidade de linguagem foram importantes condicionantes para a construção das primeiras ideias. A pluralidade das texturas dos passeios, vias e muros de contenções são atenuadas pelas várias formas do uso de um mesmo material (basalto). Além dessas premissas, a preservação da preexistência e da árvore araucária foram importantes condicionantes para a definição de uma implantação que inclui estes elementos considerando suas devidas importâncias dentro do programa.
Respostas
O partido paisagístico e urbanístico da ressignificação da Rua José Bonifácio como rua peatonal, tem como resposta o cerzir entre a praça existente e a nova implantação: uma praça escalonada que ordena os diferentes níveis do terreno. Sobre esta, desenvolve-se a escala arquitetônica organizada a partir de um princípio bastante elementar: base, corpo e coroamento.
A nova edificação busca as miradas para a preexistência construída (e natural), através de janelas cênicas organizadas ao longo da circulação vertical (escada mirante). Este eixo articula nos seus extremos, as áreas de uso comum situadas nos espaços intermediários da base e do terraço (coroamento).
A organização do programa de necessidades desta unidade da UERGS, levou em consideração a análise da geometria solar desta latitude e soluções de sombreamento para garantir um bom conforto visual (lumínico), para as salas de aula e laboratórios. As respostas para o conforto térmico também foram consequência destas análises de meso e microclima.
Desde o ponto de vista compositivo, a máscara externa das fachadas das faces SO e NE, contribuem para a estrutura, marcam linhas horizontais e regulares no intuito de atenuar a verticalização da edificação, considerando o entorno. Além disso, fazem o contraponto com o ritmo (descompassado), dos fechamentos.
Materialidades: Além do concreto e basalto, materiais complementares como placas de concreto, foram indicadas como revestimento externo para o corpo da edificação, junto ao bloco cerâmico para melhor desempenho térmico dos ambientes acadêmicos e áreas comuns.
A preexistência permanece solta e abriga o programa do diretório acadêmico, como espaço livre e autônomo.
Qualquer intenção de ajuste entre as escalas do antigo e do novo, foram contraditórias e desta forma, o consentir estas diferenças, foram fundamentais para reconhecer algo tão elementar da paisagem urbana deste contexto.