A proposta de intervenção para a antiga sede do Clube dos Ferroviários de Santa Maria RS, compreende um novo uso alinhado aos preceitos da Economia Criativa. O complexo contempla um Centro de Inovação e Economia Criativa e Ambiente colaborativo para a inclusão de jovens e ensino das artes (Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan – EMAET).
Premissas de Projeto: Criar uma praça como transição entre a edificação preexistente e a nova ampliação. Esta praça, compreende não apenas as atividades previstas pelo programa, mas também será apoio para as atividades rotineiras da Vila Belga
A edificação preexistente, contempla os ambientes relacionados à inovação e economia criativa, reiterando a viabilidade de novos usos nas edificações de interesse patrimonial. Junto à este programa, está situado o memorial referente à história da própria edificação.
A Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan (EMAET), está situada na ampliação do complexo. Esta nova edificação está implantada em um segundo plano do perfil da rua Dr. Wauthier e configura um pano de fundo para a praça e edificação existente.
A decisão de manter o plano contiguo da fachada da edificação a preservar, teve como base compreender o volume anexo à edificação existente. Além disso, entende-se, que este trecho da fachada não segue as regras compositivas do resto da edificação, porém traz, neste pequeno trecho, uma representação significativa sobre as transformações espontâneas dos entornos e desta região.
Uma das imagens mais significativas da região são as vistas aéreas das imediações: a volumetria e cobertura das edificações do entorno configuram uma paisagem uniforme pela forma e materialidade. Para a nova edificação, os materiais e as inclinações de fragmentos da cobertura foram definidos para melhor dialogar com este entorno.
Um dos elementos de força da edificação é a estrutura da cobertura a ser preservada. Este mesmo desenho, foi levado para conseguir as inclinações para a edificação adjacente. Este elemento, também conduziu as definições de forma e materialidade da estrutura das fachadas e circulação vertical.
A face Sul da intervenção foi desenvolvida como uma caixa de luz natural para os espaços contíguos das salas do setor de economia criativa. Esta envolve a área de circulação e mirante para a praça. Esta, tem como propósito compensar o aporte de luz natural, tênue nas demais fachadas.
Na ampliação, a Face leste (pé direito duplo), envolve a sala de teatro (e apoio, aula de circo). Esta fachada, comporta várias camadas para dar flexibilidade para este ambiente: este espaço deve abrir para a praça para configurar um palco para apresentações de música, teatro, desfile e cinema.
As análises sobre as escalas climáticas, também delinearam as diretrizes de projetos para a intervenção, levando em consideração os condicionantes da edificação preexistente.
Considerando o programa voltado para as artes, as diretrizes para o conforto visual e luz natural foram preponderantes, gerando algumas definições de projeto que foram corrigidas por meio de mecanismos para o controle solar e de ventilação.